Valorizamos mais a música estrangeira do que a brasileira?

 

                                                                                  

   No Brasil podemos perceber  a mesclagem de culturas, desde etnias,  música , até no nosso vocabulário  (usamos palavras como ok , play, shopping, email, etc , isso tudo demonstra que não só no Brasil mas como no mundo inteiro existe a influência de outras culturas.)

  Na música brasileira não é nada diferente, ela tem um pé na música estrangeira e vice versa. Então para  termos uma noção de como essa influência começou, precisamos voltar um pouco na história da música brasileira , para sabermos quem influenciou quem.

   Nos anos 40, predominava muito a música brasileira no estilo Carmen Miranda, que vendia como água lá fora. Um dos fãs da nossa música foi o lendário Walt Disney que criou até mesmo um filme com o papagaio mais malandro: o Zé Carioca - uma criação dele para homenagear o Brasil, uma vez que o papagaio é uma ave tropical. Sendo que a Carmen Miranda fez mais sucesso lá fora do que aqui no Brasil.

                                             

    Na década de 1950 surge o famoso Elvis Presley e o brasileiro exporta a bossa nova.

                                                        

   Nos anos 60, o grupo inglês The Beatles acaba fazendo moda e febre para o mundo todo.

Ao lado dos Beatles, os Rolling Stones foram considerados a banda mais importante da chamada Invasão Britânica ocorrida nos anos 1960, que adicionou diversos artistas ingleses nas paradas norte-americanas e que decisivamente influenciaram na música pop e nos costumes.

                                           

  

     O Brasil começa a ter uma influência muito grande do Rock . Os artistas estavam insatisfeitos com essa influência, e o medo de que o Brasil perdesse sua identidade para o novo estilo fez com que em 1967 ocorresse um fato curioso: artistas como Elis Regina , Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Edu Lobo e Jair Rodrigues  (grandes músicos da época) lideraram uma passeata contra a invasão da guitarra elétrica na música brasileira. Se formos analizar essa passeata hoje , parece até ser um movimento infantil, pois os próprios artistas acabaram cedendo e usando a guitarra elétrica em suas músicas.  Na mesma década surge o Movimento Tropicalista (já falamos um pouco desse movimento em um de nossos posts). Esse movimento queria fazer uma misturas de sons e ritmos despojados, eles misturaram rock ‘n roll com nossa música regional e popular, eram os Beatles e Luiz Gonzaga, Rolling Stones e Jorge Benjor, o objetivo era plantar sementes novas na cultura do Brasil, pra que surgissem novos sons.

  Caso você queira saber mais sobre esses movimentos culturais indicamos um documentário bastante interessante para você assistir:

  

“Uma noite em 67” - CLIQUE AQUI PARA BAIXAR

          

  

   Na década de 70, o movimento Hippie consegue trazer para o Brasil monstros sagrados de vários estilos, como Bob Dylan e Paul Simon que trazem o que há de melhor da música raiz e country , Janis Joplin com o melhor do blues, Jimmy Hendrix com o som instrumental e Bob Marley introduz o Reggae no Brasil. Inclusive  Gilberto Gil compõe o primeiro reggae nacional baseado em uma canção de Marley - “Não chore mais”, sendo a versão original “No woman, no cry”.

   Bob Marley ficou tão impressionado com a versão de Gilberto Gil , que disse que a versão dele estava melhor que a sua original (uma coisa bem rara para o mundo da música). Também na década de 1970, surge Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados.

                       

   Em 1980 ,com temas mais urbanos e falando da vida cotidiana, surgem bandas como: Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do Sucesso.

                                                         

   Na década de 1990, fazem sucesso no cenário do rock nacional : Raimundos, Charlie Brown Jr., Jota Quest, Pato Fu, Skank entre outros.

                                                              

   De 2000 pra cá impera o axé music (que vai decaindo aos poucos) e o brasileiro começa a ouvir muito funk nacional (que não diz muita coisa, sem se preocuparem com letras, mas sim com batidas). E não podemos esquecer também do sertanejo universitário que virou febre.

  No geral, ás vezes temos um certo preconceito com a música brasileira, tem muita coisa boa por aí mas acabamos generalizando o estilo por  causa de uma banda que seu vizinho escuta e você não gosta. Deveríamos ter mais interesse em conhecer outros estilos, outros sons, as pessoas se rotulam muito e acabam se limitando a um só estilo de música, perdendo muitas vezes a oportunidade de achar um som que vai dar inspiração e sensações diferentes, já que a música também influência em nosso estado de espírito.